Por Folhapress
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O dólar opera em alta nesta terça-feira (5), com investidores do mundo inteiro preocupados com o risco de uma recessão generalizada.
No Brasil, na abertura, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa, recuava 0,68%, a 97.942,28 acompanhando o clima negativo de mercados no exterior, sem trégua nos temores de uma recessão econômica global.
A moeda norte-americana chegou a saltar 1,31% mais cedo, a R$ 5,3950, nível que, se mantido até o fim das negociações, corresponderia a uma máxima para encerramento desde 27 de janeiro (R$ 5,4247).
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 5.315 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2022.
Na véspera, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa, caiu 0,35%, a 98.608,76 pontos.
A desvalorização internacional dos contratos futuros de minério de ferro prejudicou o desempenho do setor de commodities metálicas, um dos mais importantes na composição do Ibovespa. A Vale caiu 0,73%.
Mas a alta do petróleo favoreceu a Petrobras, que é igualmente relevante para índice. Os papéis mais negociados da companhia subiram 2,07%.
Pesando os fatores que influenciaram o resultado do dia na Bolsa, analistas voltaram a sinalizar preocupação com aprovação pelo Senado na semana passada da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece um estado de emergência para ampliar e criar novos auxílios sociais.
A Bolsa vem apresentando prejuízos devido a um cenário que mistura medo de uma forte desaceleração nas principais economias do planeta e risco de que o governo brasileiro provoque prejuízos à execução futura do Orçamento ao aumentar gastos em uma tentativa de melhorar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputará a reeleição.
No fechamento do segundo trimestre de 2022, o Ibovespa afundou 17,88%. Esse foi o pior resultado desde o mergulho de 36,86% apurado no encerramento do primeiro trimestre de 2020. Com queda mensal de 11,5%, o Ibovespa também teve em junho o seu pior mês desde o tombo de 29,9% em março de 2020.
As taxas de juros dos contratos DI (Depósitos Interbancários) voltaram a apontar para o alto após alguns dias de trégua na semana passada. Negociada entre bancos, a taxa DI sobe quando o setor espera que o Banco Central será obrigado a aumentar os juros básicos (Selic) para segurar a inflação.