Iniciam nos EUA ensaios clínicos de vacina contra a varíola dos macacos

Foto: Agência Brasil

As autoridades de saúde dos Estados Unidos anunciaram na quinta-feira (8) que realizarão ensaios clínicos para testar diferentes estratégias de dosagem para a vacina contra a varíola dos macacos Jynneos, em meio a discussões sobre sua eficácia.
O estudo envolverá 200 adultos com idades entre 18 e 50 anos em todo o país e é patrocinado pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID).
A vacina Jynneos, fabricada pela Bavarian Nordic, com sede na Dinamarca, foi aprovada nos Estados Unidos para a prevenção da varíola e da varíola dos macacos em pessoas com 18 anos de idade ou mais.
Mas enquanto o grupo de maior risco, homens que fazem sexo com homens, são encorajados a se vacinar, não há certeza sobre a eficácia desse imunizante.
O novo ensaio não foi projetado para produzir uma estimativa de eficácia, mas sim para medir a resposta imune de diferentes níveis de dosagem e métodos de administração.
“O teste da vacina Jynneos do NIAID fornecerá informações importantes sobre a imunogenicidade, segurança e tolerabilidade de abordagens alternativas de dosagem que expandiriam o atual suprimento de vacinas”, declarou o diretor do NIAID, Anthony Fauci, em comunicado.
A vacina é baseada em um vírus atenuado que é modificado para que não possa se replicar e é administrada em duas doses com 28 dias de intervalo.
Um primeiro grupo de voluntários será inoculado por via subcutânea e um segundo receberá injeções por via intradérmica, ou seja, entre as camadas da pele.
Esta última estratégia visa ampliar a disponibilidade de vacinas, pois utiliza um quinto da dose padrão.
Um terceiro grupo também receberá injeções intradérmicas, mas com metade do nível de dosagem do segundo grupo.
Os cientistas avaliarão as respostas imunes de pico e compararão os efeitos colaterais entre os membros dos diferentes grupos.
O governo do presidente Joe Biden aposta fortemente na vacina Jynneos para conter a propagação da varíola dos macacos, que infectou mais de 20.000 pessoas nos Estados Unidos desde maio.

O atual surto global afeta principalmente homens gays e bissexuais.

Historicamente, o vírus se espalha por contato direto com lesões, fluidos corporais e gotículas respiratórias e, às vezes, por contaminação indireta por meio de superfícies como roupas de cama compartilhadas.
Mas neste surto há evidências preliminares de que a transmissão sexual pode desempenhar um papel.
O vírus causa lesões dolorosas na pele e apresenta sintomas semelhantes aos da gripe.
A maioria das pessoas se recupera completamente, mas a doença pode causar sérias complicações, incluindo infecções bacterianas, inchaço cerebral e morte.

© Agence France-Presse
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