24% dos brasileiros dizem ter comida insuficiente, aponta Datafolha

Por Eduardo Cucolo | Folhapress

Foto: Reprodução / Aspta.org

O percentual de famílias com comida insuficiente em casa voltou ao menor patamar registrado pela Pesquisa Datafolha. Ainda assim, praticamente um quarto dos brasileiros afirma que a quantidade de alimentos no lar nos últimos meses foi menos que o suficiente.
A falta de comida é citada por 24% dos entrevistados, ante 27% no levantamento anterior e 33% da pesquisa de julho, quando o percentual atingiu o maior patamar da série iniciada em maio de 2021. O piso de 24% também foi registrado em março deste ano.
O instituto ouviu 4.580 pessoas em 252 municípios entre terça (25) e quinta-feira (27). A pesquisa foi encomendada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo e está registrada sob o código BR-04208/2022 no Tribunal Superior Eleitoral. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
São 20% os que disseram que a comida foi mais do que suficiente, ante 16% no levantamento de setembro. O número é o dobro do verificado na primeira vez em que essa pergunta foi feita pelo instituto.

A quantidade de comida foi suficiente para 56% dos entrevistados, ante 57% apontados em setembro.

Entre os que declaram ter comida insuficiente, os índices são mais altos entre mulheres (29%) do que homens (18%), entre os menos instruídos (38%), mais pobres (36%), moradores do Nordeste (35%) e desempregados (39%).
Também se destacam os 34% apontados por pessoas que recebem o Auxílio Brasil. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Paulo A falta de comida se tornou um assunto corriqueiro para os brasileiros e motivo de contestação por parte do governo.
"Fome pra valer, não existe, como da forma que é falado. O que que é extrema pobreza? Você ganhar US$ 1,9 por dia, isso da R$ 10. O Auxílio Brasil são R$ 20 por dia. Quem por ventura está no Mapa da Fome pode se cadastrar e vai receber", disse o presidente em agosto.
Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da Rede Penssan, apontou que 15% dos brasileiros, ou 33 milhões de pessoas, estão em insegurança alimentar grave no Brasil --um patamar semelhante ao que havia sido registrado há três décadas.
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