Por Camila São José / Lula Bonfim
Foto: Camila São José / Bahia Notícias
O promotor Davi Gallo, um dos responsáveis pela acusação no processo do caso Lucas Terra, comemorou o resultado do júri popular na noite de quinta-feira (27). De acordo com ele, a pena de 21 anos de reclusão para os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda foi adequada para o crime que eles teriam cometido contra o garoto de 14 anos em 2001.
Gallo explicou que os condenados não serão presos imediatamente e que deverão recorrer em liberdade. Entretanto, o promotor demonstrou acreditar que ambos cumprirão a pena após o trânsito em julgado.
“Não vai ser imediatamente, mas eu tenho quase certeza que eles vão cumprir [a pena de prisão]. Claro que a nossa lei é falha e tem vários benefícios. São 21 anos de condenação. É uma pena razoável. Eu diria até que adequada para o que eles cometeram. Porque o crime é bárbaro. Para quem acompanhou as oitivas e todo o processo, é duro. E é satisfatório. Para mim, é aquela sensação de dever cumprido”, disse o promotor.
O membro do Ministério Público da Bahia (MP-BA) quis deixar claro que sua atuação no processo não tem relação com a Igreja Universal do Reino de Deus, mas sim com a vontade de fazer justiça diante da morte do adolescente Lucas Terra.
“É um fato que, volto a dizer, não tem nada a ver com a religião a qual eles pertencem. Foram julgados hoje não a religião deles, mas sim os acusados Joel e Fernando Aparecido. A sociedade reconheceu a culpabilidade de ambos e espero que, muito em breve, eles vão para o lugar onde eles deveriam estar. A Justiça tarda, mas não falha. Desta vez, ela não falhou”, vibrou Gallo.
O promotor também aproveitou para agradecer à família de Lucas Terra, que teria acreditado na Justiça o tempo inteiro e nunca deixou de lutar para que os acusados pelo crime fossem condenados, conforme diz a lei.
“Eu acompanhei esse processo porque acabei tomando isso como se fosse para mim. Acompanhei a vida do pai de Lucas Terra, a busca incessante dele pela justiça. Andou o mundo inteiro. Pediu, parava na porta, fazia protestos silenciosos e sempre acreditou na Justiça. Para mim, como membro do Ministério Público, nada mais satisfatório do que o dia de hoje. Eles acreditaram na Justiça e a justiça foi feita”, afirmou Gallo.
“Nós nos empenhamos bastante neste processo. A família nunca arredou. E uma coisa que eu sempre admirei neles: eles acreditaram na Justiça e viram que vale a pena ainda acreditar na Justiça, porque a justiça foi feita”, concluiu.
Acusados de assassinar o garoto Lucas Terra em 2001, os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus, foram condenados nesta quinta a 21 anos de reclusão. Ao fim do júri popular, a família vibrou e gritou "assassinos" para os acusados.