Por Mauricio Leiro
Foto: Divulgação
"Espuma". Essa é a definição vista por diversas lideranças do PT na Bahia sobre o diálogo do PSDB com o governo. Recentemente, o movimento dos tucanos foi visto como forma de virarem "noivas" para as próximas eleições (reveja aqui).
A ideia do movimento teria repercussões nas secretarias da gestão municipal, incluindo a volta do partido para o comando da Secretaria de Educação. Mesmo com os recentes movimentos, informações dos corredores do Palácio Thomé de Souza dão conta que o prefeito Bruno Reis (União) estaria reticente em "ceder à pressão".
Com a reforma do secretariado promovida por Bruno Reis, o PSDB acabou perdendo espaço na gestão de Salvador. O partido ficou apenas com a Secretaria de Gestão (Semge), ocupada por Rodrigo Alves, tida como "pouco atraente" pelo setor político e perdeu a secretaria de Educação, que ficou a cargo de Thiago Dantas, que tinha deixado a Semge (reveja aqui). Todavia, caciques tucanos sinalizaram que a Semge é efetivamente uma pasta sob o controle da legenda, enquanto que a Smed seria compartilhada, já que o então titular não era considerado cota partidária.
O prefeito tem reforçado que a chegada de Muniz fortalece a relação com o governo. Bruno sinalizou que vê "de forma muito positiva" a vinda. "Afinal de contas o PSDB é um aliado de primeira hora. Sempre esteve ao nosso lado nos últimos 10 anos e eu tenho certeza que estará em 2024. A escolha de Muniz para a nossa base, sem sombra de dúvidas, nos aproxima ainda mais e é uma sinalização clara para o desejo de trabalhar em parceria entre a prefeitura e Câmara e quem ganha isso é a população de Salvador”, disse.
A avaliação dos petistas seria que o PSDB estaria, justamente, "tentando se valorizar". A "ponte" é justamente o presidente da Câmara, vereador Carlos Muniz, recém chegado ao partido. Informações de bastidores também apontam que o presidente estadual da legenda, deputado federal Adolfo Viana também teria diálogo com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), buscando uma composição para a chegada ao arco de apoio.
Muniz já chegou a dizer que sua chegada à sigla tem um objetivo específico: a aproximação com o grupo político liderado pelo PT e o fortalecimento político dos seus aliados. "O que eu faço hoje no partido é uma ponte, que não existia, para o governo Jerônimo Rodrigues [PT], não só para a Câmara Municipal como também para a Assembleia Legislativa e para a Câmara Federal", pontuou em entrevista ao Bahia Notícias.