Após baixa, dólar fica estável com inflação acima do esperado

Por Folhapress

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O dólar abriu em baixa na sexta-feira (11), em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, mas passou a oscilar perto da estabilidade com investidores repercutindo dados de inflação do Brasil divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta manhã.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,12% em julho, informou nesta sexta-feira o IBGE . Na mediana, analistas do mercado financeiro consultados pela agência Bloomberg esperavam avanço de 0,08%. A nova variação do IPCA veio após deflação (queda) de 0,08% em junho.
Às 9h18, o dólar à vista recuava 0,15%, a R$ 4,8770 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,37%, a R$ 4,8965.
O dólar caiu 0,46% e fechou cotado a R$ 4,882 nesta quinta-feira (10), após a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos, que vieram em linha com o esperado e reforçaram as expectativas de que a alta de juros no país já chegou ao fim.
Falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, aprofundaram as perdas da moeda americana no início da tarde, e o dólar chegou a bater os R$ 4,841 na mínima do dia. O dólar, porém, passou a subir também no exterior, o que reduziu a performance do real sobre a divisa nesta quinta.
Já a Bolsa Brasileira ensaiou uma recuperação pela manhã e chegou a superar os 119 mil pontos, em linha com o otimismo no exterior. No entanto, o Ibovespa não conseguiu sustentar os ganhos e fechou em queda pelo oitavo pregão consecutivo, registrando baixa de 0,04%, praticamente estável aos 118.349 pontos.
As curvas de juros futuros mais curtas registraram queda. Os contratos para 2024 saíam de 12,45% para 12,43%, enquanto os para 2025 caíam de 10,44% para 10,38%. As mais longas (a partir de 2030), porém, registraram leves altas
Com apoio do exterior, a Bolsa brasileira operou em alta ao longo do dia, mas perdeu o fôlego e fechou praticamente estável. A principal virada foi da Petrobras, que iniciou o pregão subindo, mas reverteu os ganhos em meio à queda dos preços do petróleo no exterior.
Já as ações da Vale registraram queda de 1,19% e pressionaram o Ibovespa durante todo o pregão, também impactadas pelo declínio das commodities.
Na ponta positiva, o setor financeiro foi um dos destaques. O Banco do Brasil, que divulgou na quarta (9) seu balanço do segundo trimestre, subiu 0,66% e estava entre os papéis mais negociados da sessão após ter registrado alta de 11,7% no lucro do período. As ações do Bradesco tiveram alta de 0,52%.
As maiores altas do dia, no entanto, foram das empresas aéreas, e a líder de ganhos foi a Azul, que subiu 10,30% após reportar diminuição no prejuízo do segundo trimestre.
"O aumento do tráfego de passageiros e redução de despesas operacionais também contribuíram para a performance positiva da empresa. A ação foi amplamente desvalorizada anteriormente devido aos efeitos da pandemia, valorização do dólar, aumento dos preços dos combustíveis e taxa de juros. Qualquer dado positivo impacta significativamente sobre o preço da ação", diz Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.
Na esteira do otimismo no setor, as ações da Gol também ficaram entre as maiores do pregão, com alta de 5,94%.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários operavam em alta em meio ao otimismo com a inflação do país. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiam 0,03%, 0,15% e 0,12%, respectivamente.
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