Tum defende saída da Coelba e divisão da Bahia em quatro áreas para nova concessão

Por Victor Hernandes / Carine Andrade

Foto: Igor Barreto/ Bahia Notícias

Publicar uma nova concessão para o fornecimento da energia elétrica no Estado seria uma forma de estimular a competitividade das empresas do setor e também de “quebrar” o monopólio da Coelba/Neoenergia, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, que tem sido alvo das mais variadas reclamações relativas à prestação do serviço no Estado.
Na avaliação do titular da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), Wallison Tum, autor do requerimento que propôs a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa (AL-BA), para investigar a atuação da Coelba, a solução para resolver o impasse seria não renovar a concessão da companhia e abrir espaço para um novo modelo de gestão. Para isso, a Bahia seria dividida em regiões, projeto semelhante ao que foi implantado no Estado de São Paulo.
Em visita ao Bahia Notícias, nesta segunda-feira (18), o ex-deputado estadual explicou que, pelo projeto defendido por ele, a Bahia seria dividida em quatro regiões, sendo elas: Região Metropolitana de Salvador (RMS) e Recôncavo, Extremo Norte, Oeste, Sul e Extremos Sul. “A minha sugestão enquanto membro do conselho que está tratando da pauta da infraestrutura é que nós não renovemos a concessão da Coelba por várias falhas que a concessionária vem fazendo. A Bahia seria dividida em quatro partes para que a gente estimule a competitividade das empresas que forem disputar essa concessão de energia no Estado da Bahia”, detalhou.

GARGALO

Segundo o titular da Seagri, que chegou a reunir em março de 2022 quando ainda era deputado estadual, 43 das 21 assinaturas necessárias para CPI, que na atual legislatura segue aguardando instalação, o maior gargalo da Bahia é infraestrutura, tanto de estradas como de energia. “Energia, mais um pouco, porque o produtor consegue produzir sem ter uma estrada asfaltada porque ele acaba produzindo onde encontra água, onde encontra terra fértil”, explicou. Ainda de acordo com o secretário, o principal problema é a distribuição de energia e não a geração de energia, uma vez que, neste último, “a Bahia é autossuficiente e um exemplo para todo o Brasil”.
“Nós temos um estado que é maior do que a França, é um estado muito grande. Então, nós não podemos comparar a realidade de Salvador com a realidade do oeste da Bahia, do sul, são realidades distintas. Nós temos que ter empresas distintas para fazer com que esse trabalho chegue na ponta”, comparou.
O secretário Tum lembrou que na edição deste ano do evento Bahia Farm Show, realizado em Luís Eduardo Magalhães, e que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a comitiva do Governo do Estado e os produtores rurais pediram ao presidente uma atenção especial para o problema. “Já foi aberto um leilão depois desse momento, dessa solicitação, e nós estamos aguardando o governo federal abrir mais leilões para que a gente consiga resolver esse gargalo que é a energia porque você, para produzir, precisa de energia, você tem que ter a energia ali na ponta para o produtor conseguir produzir e ampliar o que ele já faz”, reforçou.
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