Por Fernando Duarte
Foto: Betto Jr./ Secom-PMS
O primeiro levantamento registrado no Tribunal Superior Eleitoral da disputa em Salvador mostra um cenário que vem sendo rascunhado há algum tempo, quando o bate-cabeças da oposição em Salvador passou a facilitar a vida do prefeito Bruno Reis (União) em sua candidatura pela reeleição na capital baiana. Os números divulgados pelo Instituto Paraná Pesquisas sinalizam isso: Bruno é favorito e tem um caminho favorável para permanecer por mais quatro anos no comando da prefeitura de Salvador.
No entanto, apesar desse grau de favoritismo, o prefeito não pode ceder ao que costumamos chamar de “salto alto”. Ele precisa se manter competitivo do ponto de vista político-eleitoral, sob o risco de ver o seu conforto sendo questionado pelos adversários. Apesar do número obtido pelo vice-governador Geraldo Jr. (MDB), em um primeiro ponto, não parecer tão incômodo, o fato da rejeição ao ex-presidente da Câmara de Vereadores não ser tão alto pode causar um empecilho ao gestor da capital baiana.
Em um cenário com poucos candidatos devidamente apresentados, Kleber Rosa, do PSOL, pode unir a baixa rejeição e crescer no espectro da esquerda, algo que os próprios aliados do governador Jerônimo Rodrigues têm sinalizado nos bastidores. Ainda assim, ele se mantém com um percentual bem baixo para quem tem recall da última eleição, quando disputou o governo da Bahia.
A esquerda costuma argumentar que pesquisas eleitorais na Bahia devem ser vistas com desconfiança. No entanto, mesmo em 2022, quando ACM Neto liderava contra Jerônimo Rodrigues, era possível ver uma tendência de aproximação entre eles. Já no caso de Salvador, por ausência de um parâmetro recente, não é possível traçar a comparação. E, diferente de Jerônimo, Geraldo Jr. tem a capital como seu principal “curral eleitoral” e deveria estar, em tese, mais bem posicionado como um adversário capaz de bater o favoritismo de Bruno.
Bruno Reis tem o vento a seu favor. A pesquisa encomendada pelo Bahia Notícias dá sinais disso. Porém faltam alguns bons meses para as urnas serem abertas e, até lá, muita coisa pode acontecer. Todavia, mantidos os rumos que se desenham a partir da não construção de um adversário com musculatura política-eleitoral para enfrentar um prefeito sentado na cadeira, ele tende a vencer no primeiro turno e com certa folga.