Mulher acusada de enterrar filho recém-nascido vivo deu versões diferentes e chegou a dizer que não sabia que estava grávida, diz delegado

A mulher foi denunciada à Justiça por crime de infanticídio. Ela respondia em liberdade enquanto aguardava julgamento, mas por motivos não informados, foi presa no último 1º de março.

Por Larissa Feitosa, g1 Goiás

Recém-nascido foi enterrado vivo pela própria mãe, em 2009, em Rio Verde, Goiás — Foto: Reprodução/Polícia Civil

A mulher acusada de enterrar vivo o filho recém-nascido, em 2009, deu versões diferentes à Polícia Civil de Rio Verde, na época em que foi investigada. De acordo com o delegado Adelson Candeo, em um dos interrogatórios a mulher chegou a dizer que nem sabia que estava grávida.
“De início ela fala que eu não sabia que estava grávida, que passou mal, saiu alguma coisa de dentro dela que ela não sabia o que era, envolto de muita sujeira. Ela se livrou daquilo mais rápido que pôde, sem saber o que que era”, lembra o delegado.
A mulher foi denunciada à Justiça por crime de infanticídio. Ela respondia em liberdade, enquanto aguardava julgamento, mas, por motivos não informados, foi presa na última sexta-feira (1º), em Rio Verde. O g1 não localizou os advogados dela para pedir um posicionamento sobre a prisão e como está sendo embasada a defesa no processo judicial.
O delegado explica que, muito provavelmente, a acusada descumpriu alguma das condições exigidas para que ela ficasse livre da prisão e, por isso, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) solicitou que ela voltasse a ser presa.
Como ainda não há condenação contra a mulher, segundo o Tribunal de Justiça de Goiás, o g1 questionou o MPGO sobre situação atual do processo, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Atualmente, a mulher está no presídio de Serranópolis.

Outra versão

Delegacia de Rio Verde — Foto: Ana Paula Azevedo/TV Anhanguera

Na época da investigação, em outro depoimento, a mulher admitiu que sabia que estava grávida e que, ao dar a luz, limpou o filho, que estava sujo de sangue, e percebeu que ele não apresentava reações e nem respirava. Por isso, decidiu enterrá-lo.
“Depois de ter enterrado, ela passou mal e foi levada para o hospital. Chegando no hospital, o médico percebeu que tinha alguma coisa de errado, viu que ela tinha acabado de dar à luz e perguntou para ela onde estava o bebê. Ela se recusou, a princípio, a dizer, mas depois acabou falando onde estava”, relembra o delegado.
A polícia localizou o bebê enterrado no quintal da casa da mulher, já morto. A perícia feita no corpo do recém-nascido, que era um menino, apontou que ele nasceu com vida e que antes da mulher enterrá-lo, jogou a própria placenta em um vaso sanitário.
A mulher foi indiciada por homicídio qualificado, pois a polícia considerou que ela agiu com frieza e sabia o que estava fazendo. Mas o MPGO decidiu denunciá-la por crime de infanticídio, que ocorre quando a mulher dá à luz e mata o filho em seguida por influência do estado mental do pós parto.
“Há um relatório policial dizendo que, no primeiro questionamento dela, ainda no hospital, ela estava muito tranquila. Não parecia nervosa”, diz o delegado.

Usava blusas largas

Ao relembrar o caso, o delegado Adelson Candeo também conta que, apesar de a mulher ter insistido em dizer por um tempo que não sabia que estava grávida, o depoimento de outras pessoas que conviviam com ela indicaram que ela escondia a gravidez.
“Uma patroa dela foi ouvida na época e disse que ela sempre usava blusão, mesmo no calor. Quando questionada do porque estava de blusão se estava tão calor, alegava que era por conta da pressão baixa. Então, ela foi dando essas versões diferentes”, lembra o delegado.
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