Por Folhapress
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Após os Estados Unidos aplicarem novas sanções à Venezuela devido ao cerco à oposição nas eleições previstas para julho, o ditador Nicolás Maduro tentou mandar uma mensagem ao presidente americano, Joe Biden, em seu programa na televisão estatal. Mas a fala, em inglês macarrônico, provocou risadas até mesmo de apoiadores do regime devido à dificuldade do líder em pronunciar o idioma da forma correta.
Durante a transmissão ao vivo, Maduro afirmou não querer "fechar a porta do diálogo com ninguém". Ele disse que orienta os negociadores venezuelanos a transmitir mensagens ao presidente americano e, de forma pausada, arriscou em inglês: "Se você quer, eu quero. Se você não quer, eu não quero".
A declaração provocou risos no estúdio da televisão, e o próprio ditador traduziu a mensagem para o espanhol em seguida. A fala virou motivo de piadas e acabou viralizando nas redes sociais.
A mensagem a Washington ocorreu a poucos dias de expirar, na quinta-feira (18), uma licença temporária que havia aliviado sanções contra o setor de petróleo e gás da Venezuela --segundo o governo americano, a medida não será renovada devido ao fracasso de Maduro em cumprir suas promessas de eleições livres.
Washington levantou as sanções ao setor energético e ao ouro venezuelano em outubro de 2023, após um acordo alcançado entre o regime venezuelano e a oposição em um processo mediado pela Noruega.
O acordo sugeria a possibilidade de a oposição participar das eleições presidenciais previstas para 28 de julho, nas quais Maduro busca um terceiro mandato. No entanto, desde então, a principal rival de Maduro, María Corina Machado, permanece inabilitada, e Corina Yoris, nomeada por ela para substituí-la nas eleições, não conseguiu inscrever sua candidatura.
Insatisfeita com a situação, Washington advertiu várias vezes que, se Caracas não mudasse de rumo, iria reimpor as sanções. Em janeiro, a Casa Branca já reativou as sanções à empresa estatal de mineração de ouro, depois que o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela ratificou a inabilitação política de María Corina.