Agosto Dourado: Maternidade em Salvador oferece consultoria de amamentação materna para pais adotivos e comunidade LGBTQIAPN+

Por Victor Hernandes

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Mães (sejam adotivas ou não) e pessoas comunidade LGBTQIAPN+ que têm filhos pela primeira vez, enfrentam em algumas ocasiões, uma certa dificuldade no processo de amamentação dos recém-nascidos. Visando a questão, a campanha Agosto dourado foi criada mundialmente para incentivar o aleitamento materno, considerado muito importante para o desenvolvimento saudável dos bebês e fortalecimento do vínculo entre mãe e filho.
Segundo a fonoaudióloga Sheila Dias, a campanha serve para auxiliar também familiares, amigos e outras pessoas da rede de apoio da mãe que iniciou o processo de amamentação de seu filho.
“O Agosto Dourado é uma campanha de conscientização não só para as mães dos bebês quanto para toda população. Essa conscientização também é para o esposo, companheiro, avós e avôs e toda rede de apoio que está cercado em torno daquela família. Então a orientação que a gente dá é justamente para as mães que ainda não tem tanta experiência ou conhecimento sobre como posicionar o bebê para que não venha machucar o seu peito, a melhor posição para colocar a criança, para que seja confortável tanto para ela quanto para seu filho também. Às vezes o neném pode mamar 20 minutos ou ficar 1 hora no peito. Além disso, a sucção no seio materno é de extrema importância para o desenvolvimento orgânico da criança”, explicou Dias.
A especialista indicou ainda alguns métodos e procedimentos recomendados para mulheres que se deparam com dificuldade de amamentar, e também acerca da pega (ato do bebê sugar o leite materno, de forma que o peito e parte da aréola inferior da mãe estejam dentro da boca do recém nascido) ou sucção, dores, feridas, entre outras.
“Quando o bebê está no peito, a gente avalia se a pega está correta. Se não estiver correta e se a criança não pegar só no bico, mas pegar toda aréola do peito também, se ele fizer uma pega correta vai garantir a sucção correta. Além desta avaliação é importante que seja feito o teste da linguinha. A criança pode não segurar bem o peito e ainda pode machucar o peito da mãe, ou não mamar o suficiente. A criança ainda pode estar chorando muito e não conseguir mamar direito. Ainda tem a questão de não oferecer chupeta nem mamadeira, pois podem causar no bebê um efeito que se chama confusão de bicos, ele não vai saber a diferença entre o peito da mãe e isso causa medo”, revelou a fonoaudióloga.

PAIS ADOTIVOS E COMUNIDADE LGBTQIAPN+

Além de mães cisgenero, pessoas LGBTQIAPN+ que desejam amamentar seus filhos ou pais adotivos, podem encontrar uma consultoria sobre o tema na Maternidade Climério de Oliveira, em Salvador.
O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA/Ebserh) possui um ambulatório transexualizador e a maternidade Climério de Oliveira possui um o “Programa Trangesta”, onde é feito o pré-natal de pessoas trans gestantes.
Na maternidade também é possível encontrar o Banco de Leite Humano que faz a consulta de orientação para amamentação.
“A gente analisa todas as situações, pois por exemplo, o homem trans que gestou, se deseja amamentar, a gente vai fazer o acompanhamento dele porque muitas vezes eles não querem amamentar então a gente faz o acolhimento e a gente respeita a decisão de querer ou não amamentar. Caso a pessoa queira, a gente faz todo o acompanhamento multidisciplinar para essa pessoa que deseja amamentar, mas só que vai depender da situação. Isso também se encaixa para uma mãe adotiva”, disse a neonatologista da unidade de saúde, Alena Jardim.
“Eles começam a fazer o acompanhamento uns seis meses antes, tem que ser bem no início da gestação, pois a chance de ter um sucesso é maior. Aí a gente faz o acompanhamento, faz estímulo medicamentoso e faz uso de medicações, às vezes hormônio, e a gente tem uma medicação para estimular a produção do leite”, contou Jardim.
A gente faz o atendimento voltado para a amamentação. Como a maternidade agora é referência para casal trans, por conta do ambulatório do Hupes. A pediatra Maria Helena Leal Silva, observou ainda os benefícios para o desenvolvimento de crianças ocasionado pelo o aleitamento materno.
“A amamentação materna tem uma série de benefícios. Fortalece os nutrientes, fortalece o sistema imunológico, ajuda a prevenir alergias, entre outros”, constatou.
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