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A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina Wajed, renunciou ao cargo na segunda-feira (5), conforme anunciado pelo comando das Forças Armadas do país. A renúncia se dá em meio a uma onda de protestos contra o governo que já deixou cerca de 300 mortos.
Após a renúncia, Wajed, que é considerada uma das mulheres mais poderosas da Ásia e estava no poder desde 2009, deixou o país. Os militares, então, anunciaram a formação de um governo interino sob o comando das Forças Armadas.
Na segunda-feira (5), milhares de manifestantes invadiram a residência oficial da premiê, na capital Daca. Pela manhã, a internet chegou a ser bloqueada no país inteiro, após um final de semana de manifestações massivas e violentas. Mais tarde, o Aeroporto de Daca foi fechado e permaneceu sem atividades até o fim da tarde no horário local.
Segundo a CNN, Hasina fugiu para a cidade de Agartala, na Índia. Ela já chegou à cidade e o governo indiano deve oferecer proteção à ex-premiê. Em pronunciamento, o chefe das forças armadas, Waker-uz-Zaman, disse que o governo interino funcionará até que uma solução para o país seja encontrada.
Os protestos se deram, principalmente, em função da decisão do governo de reservar um terço dos cargos públicos a parentes de pessoas que lutaram na guerra de independência contra o Paquistão, em 1971. O pai de Hasina, Mujibur Rahman, foi o primeiro presidente do país, governando entre abril de 1971 e janeiro de 1972.
A política de cotas havia sido abolida em 2018, mas em junho deste ano foi restabelecida. Em janeiro, manifestantes já haviam feito protestos contra a premiê após ela se reeleger em um pleito do qual a oposição se retirou alegando fraude.