Cármen Lúcia afirma que falta de regulamentação das tecnologias pode levar à morte da liberdade de expressão.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Cármen Lúcia afirmou, na sexta-feira (4), que a falta de regulamentação das tecnologias pode levar à morte da liberdade de expressão. A declaração foi dada na abertura do Programa de Convidados Internacionais para as Eleições Municipais de 2024.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) comparou o uso dos algoritmos nas redes sociais para fins eleitorais ao voto de cabresto, prática política que consistia no controle do voto por parte dos coronéis.
Segundo ela, os aparelhos eletrônicos, como celulares e computadores, têm a capacidade de manipular eleitores a partir da exposição excessiva e desinformação. “Criamos o cabresto digital. Alguém põe na nossa máquina, no nosso computador, algo que nos desinforma e nos encabresta para o mesmo lugar, como se fossemos apenas manipulados, sem condições de livremente escolher”, afirmou a ministra.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Cármen Lúcia ainda rebateu críticas de que a regulamentação das plataformas digitais iria cercear a liberdade de expressão. Segundo ela, a inteligência artificial, aliada às fake news, tem causado confusão no cérebro humano, que agora se vê menos capacitado a fazer escolhas por si, sendo guiado por essas tecnologias.
A ministra ainda mencionou que as eleições de 2024 têm grandes desafios a enfrentar, mas afirma que o maior deles provavelmente será assegurar a pluralidade de opiniões sem violência. “Depois da Segunda Guerra Mundial, imaginava-se que a gente nunca mais veria. Estamos caminhando quase para o final de 2024 com mais de 70 países em guerra, o que é a demonstração de uma doença, porque a guerra é a ausência de democracia entre os povos”, afirmou.
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