Petrobras anuncia mais R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários a acionistas

Por Nicola Pamplona | Folhapress

Foto: Fernando Frazão / EBC

A Petrobras anunciou na quinta-feira (21) a distribuição de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários a seus acionistas, liberando finalmente parte do valor que havia sido retido no início do ano em processo que culminou com a demissão de Jean Paul Prates da presidência da companhia.
A estatal afirmou que a decisão está alinhada à sua política de remuneração, "que prevê que a Petrobras poderá realizar a distribuição de remuneração extraordinária aos acionistas, desde que a sustentabilidade financeira da companhia seja preservada".
O mercado esperava anúncio sobre os dividendos extraordinários nesta quinta, quando o conselho de administração da Petrobras se reuniu para discutir o primeiro plano de investimentos sob a gestão Magda Chambriard.
O plano prevê investimentos de US$ 111 bilhões (R$ 640 bilhões), contra US$ 102 bilhões (R$ 580 bilhões) da versão anterior, e mantém a previsão de distribuição de ao menos US$ 45 bilhões (R$ 256 bilhões) em dividendos ordinários e de até US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões) em dividendos extraordinários.
Os detalhes foram publicados pela Folha na segunda-feira (18), o que levou a Petrobras a antecipar à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a divulgação de parte dos números.
A área de exploração e produção terá um orçamento de US$ 77 bilhões (R$ 440 bilhões), com US$ 7,9 bilhões (R$ 45 bilhões) destinados à busca por novas reservas em bacias do Sudeste, em novas fronteiras como a bacia de Pelotas e as bacias da margem equatorial brasileira e em projetos na África.
A expectativa é repor reservas para tentar manter uma produção média na casa dos 3,2 milhões de barris de petróleo e gás por dia na próxima década, quando os campos gigantes do pré-sal começam a entrar em declínio.
Na área de refino, o investimento proposto na versão preliminar do plano sobe de US$ 17 bilhões (R$ 97 bilhões) para US$ 20 bilhões (R$ 114 bilhões), com o avanço de obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e no Complexo Boaventura, antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
A direção da empresa propõe ainda um reforço na estratégia de diversificação das atividades, com investimentos em petroquímica e fertilizantes, abandonados no governo Jair Bolsonaro, mas no foco da política desenvolvimentista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesse sentido, a Petrobras aprovou em outubro a retomada da construção da unidade de fertilizantes de Três Lagoas (MS) suspensas desde 2015, com investimento previsto em R$ 3,5 bilhões. Antes, havia aprovado retomada das operações da Araucária Nitrogenados, no Paraná.
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