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O chanceler alemão Olaf Scholz pediu ao parlamento do país que declarasse não ter mais confiança nele. A manobra tem o objetivo de forçar eleições antecipadas na Alemanha, atualmente previstas para janeiro de 2025, dando maior força ao Partido Social Democrata, do qual o chanceler faz parte.
A decisão ocorre após o colapso, no mês de novembro, da coalizão governamental armada por Scholz, desencadeado por um desentendimento entre Scholz e o seu ministro das finança, Robert Habeck, do Partido Verde, sobre o orçamento do país para o próximo ano. O rompimento deixou Scholz, que assumiu o poder em 2021, após a renúncia de Angela Merkel, em minoria no parlamento, tornando a sua posição insustentável.
A Alemanha vive uma grave crise econômica, que tem agravado as tensões políticas. A situação reflete o padrão de instabilidade que tem afetado outros países da União Europeia, como a França, que, apenas em 2024, passou por quatro primeiros-ministros diferentes.
A coalizão original de Scholz incluía o seu partido, de centro-esquerda e os partidos Verde e Democrata Livre, que são pró-mercado. O conflito sobre políticas fiscais expôs as divergências ideológicas entre Scholz, que já foi ministro das Finanças e os parceiros que fez durante o seu mandato.
A análise do chanceler e de seus aliados, ao pedir a própria derrota, é de que o partido tenha melhores resultados nas próximas eleições, possibilitando também o surgimento de novas alianças. A manobra, no entanto, é considerada arriscada já que pode abrir espaço para partidos da extrema-direita, como o “Alternativa para a Alemanha” (AfD), que possui origens no movimento neonazista e pode alcançar um resultado recorde no próximo pleito.