Por Nuno Krause / Leandro Aragão
Fotos: Felipe / Jacobinense EC | Felipe Carregosa / Itabuna EC
O objetivo do ano já foi atingido. Jacobinense e Itabuna garantiram, no último final de semana, o acesso para a Série A do Campeonato Baiano. A partir deste domingo (31), as equipes entram em campo para buscar a “cereja do bolo”: o título da Segundona.
A primeira partida será no estádio Pedro Caetano, em Ipiaú, às 14h45. A volta está marcada para o dia 6 de agosto, em lugar ainda a definir, já que o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia (TJDF-BA) determinou a interdição do José Rocha, onde o Jacobinense manda suas partidas (lembre aqui).
Tradicional no estado, o Itabuna, que eliminou o Jequié na semifinal, busca sua segunda conquista da Série B - a única ocorreu em 2002. O Jacobinense, por sua vez, deixou o Juazeiro pelo caminho e está disputando sua primeira competição profissional na história.
O jogo da primeira fase entre as duas equipes, disputado em Jacobina, terminou em empate: 2 a 2.
AZULÃO DO SERTÃO
Com uma campanha praticamente impecável dentro de campo, o Jacobinense chega à final com o posto de sensação da Série B. Caçula do futebol baiano, o Azulão do Sertão terminou a primeira fase com seis vitórias, dois empates e três derrotas, que lhe garantiram a segunda colocação, com 20 pontos. Foram 17 gols marcados e 9 sofridos.
Na semifinal, a equipe passou pelo tradicional Juazeiro. Após perder o primeiro jogo por 2 a 1, o Jacobinense aplicou 1 a 0 na volta e avançou à final nos pênaltis.
“Viemos para Jacobina com um planejamento de ter quatro conquistas. Classificar entre os quatro, ter a primeira ou segunda melhor campanha, conquistar o acesso e agora é brigar para ser campeão. Conseguimos concluir três objetivos. Sabemos que o título confirma a excelência do trabalho, mas sabemos também que o adversário tem o mesmo objetivo”, afirmou o técnico Paulo Foiani, em entrevista ao Bahia Notícias.
Jacobinense eliminou o Juazeiro nos pênaltis na semifinal | Foto: Felipe / Jacobinense EC
O comandante avalia que o Itabuna, apesar de ter se classificado em quarto na 1ª fase, mostrou sua força ao eliminar o Jequié, primeiro colocado geral.
“Eles venceram o Jequié duas vezes. Uma na primeira fase e outra na semifinal. Mostra a força que é o Itabuna. Empataram conosco dentro de casa. Classificar em primeiro ou em quarto não quer dizer muita coisa, é outra competição”, ponderou.
Fora de campo, o Jacobinense viveu uma série de polêmicas. A primeira delas foi revelada em junho. Auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT-BA) encontraram cinco adolescentes trabalhando em condições análogas à escravidão na sede do clube (saiba mais aqui).
Segundo o órgão, os jovens estavam alojados e treinavam no centro de treinamento do clube, localizado no bairro de Cajazeiras, em Salvador, e foram resgatados no dia 12. O presidente do Azulão, Marcos Manassés, disse que ele e a agremiação não possui qualquer relação com o episódio (confira aqui).
A segunda polêmica envolveu o próprio Manassés. Antes do duelo de volta com o Juazeiro, pela semifinal, disputado no estádio José Rocha, o mandatário protagonizou uma confusão generalizada que teve até troca de socos. O presidente do Tricolor das Carrancas, Ney Alves, saiu com o olho roxo (veja aqui).
O fato causou a suspensão de Manassés por 30 dias, determinada pelo TJDF-BA, e também a interdição imediata do José Rocha. Segundo Foiani, o clube ainda deve recorrer para tentar mandar o jogo de volta da final no local.
“O jurídico está tentando resolver isso. Foi decretado no início da semana, mas a nossa equipe pode recorrer. Vamos aguardar até o último instante. Mas uma equipe que quer ser campeã não escolhe o local. Óbvio que se o jogo fosse em Jacobina a presença do torcedor seria crucial. O torcedor de Jacobina é muito presente. Se for em uma cidade vizinha, a 100 quilômetros, não será a torcida em massa, mas os torcedores fiéis virão”, afirmou.
AUMENTO DO BICHO PELO BICAMPEONATO
Depois de 10 anos, o Itabuna está de volta à Série A do Campeonato Baiano. Com a vitória sobre o Jequié, em pleno Waldomiro Borges, o Dragão carimbou a vaga de acesso. O diretor de futebol Ricardo Xavier admitiu que o principal objetivo foi alcançado. No entanto, o clube quer ir além.
"O objetivo principal foi alcançado que é voltar, principalmente no caso do Itabuna que é tradicional, depois de 10 anos a disputar a competição. Já tinham sete anos que a gente não disputava a Série B. A última foi em 2015, quando eu ainda estava na presidência. Mas nosso foco também é o título. Inclusive fizemos um trabalho motivacional com os jogadores. Serginho inclusive tem isso bem definido na cabeça dele e faz um trabalho muito bom de motivação", afirmou ao BN.
Foto: Divulgação / Itabuna
Além das palestras motivacionais, o clube vai aumentar a premiação aos jogadores. Xavier revelou que a diretoria pretende injetar cerca de R$ 50 mil no "bicho" pelo bicampeonato da Segundona.
"Acertamos outra premiação se os atletas conseguirem o título. Porque o título também é importante para um clube de futebol. Tivemos a oportunidade de ser campeões em 2002, invictos inclusive da segunda divisão. Agora podemos ser bicampeões", revelou. "No agregado já foram pagos R$ 170 mil. Agora, vamos fazer mais uma premiação que ainda estamos definindo o valor, mas vai ficar em torno de R$ 50 mil a mais", completou.
O jogo contra o Jequié terminou marcado por cenas de violência após o apito final. Uma briga generalizada entre os jogadores dos dois times tomou conta do gramado do Waldomiro Borges. Ricardo Xavier lamentou o ocorrido e disse que o clube está tomando providências para que o duelo de abertura da final em Ipiaú ocorra normalmente.
"A gente lamenta e esperamos que não aconteça. Agora em Ipiaú, estamos tomando todas as providências para que tudo seja na paz. Como também no segundo jogo que ainda será definido oficialmente, já que não poderá ser em Jacobina. Vamos pedir à Deus que tudo transcorra na paz", comentou.