Cientista brasileiro descobre molécula que pode ajudar em novo tratamento contra o câncer

Foto: Divulgação/CQMED

O cientista Ricardo Serafim, de 35 anos, faz parte de um grupo de brasileiros que desenvolveu uma molécula que pode ser um novo tratamento para o câncer. Formado pela Universidade Católica de Santos, no litoral de São Paulo, Serafim teve sua pesquisa publicada no periódico “Journal of Medicinal Chemistry”.
O trabalho dos pesquisadores brasileiros envolve uma molécula que pode ajudar a inibir a ação da proteína MPS1, que, segundo a literatura científica, quando tem alta atividade nas células, pode aumentar o risco de desenvolvimento de tumores, ao realizar grandes divisões celulares.
Serafim cursou seu mestrado e doutorado em Ciências — Química Medicinal na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Em 2019, durante seus estudos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e sua participação no Centro de Química Medicinal (CQMED), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ele ganhou uma bolsa para ser pesquisador na Universidade de Tübingen, na Alemanha.
Segundo o coordenador científico do CQMED, Rafael Lemos Miguez Couñago, de 46 anos, o trabalho do centro é o de tentar encontrar novos tratamentos para doenças, dentre elas o câncer.
Couñago explica que os tumores são divididos em dois tipos: os líquidos, que são os desenvolvidos na rede sanguínea, e os tumores sólidos, que se desenvolvem nos órgão e tecidos do corpo humano. “A expectativa é que essa molécula seja útil para o tratamento de tumores sólidos”, afirma.
Segundo o coordenador, essa molécula tem uma expectativa muito maior em tumores sólidos. E primeiro foi analisado o histórico da proteína na literatura científica.

Serafim afirma que o processo de descobrimento e testes da molécula foi extenso.

Para ele, a maior dificuldade foi confirmar a hipótese, já que a molécula tem uma característica específica, e a partir dela, eles tentaram realizar uma nova forma de ação da molécula.
A pesquisa está em fase pré-clínica de desenvolvimento do medicamento, e ainda falta muito caminho a percorrer.
O coordenador científico afirma que, apesar dos avanços, o processo de descoberta de medicações é bem extenso, e dura cerca de 15 anos.
O Structural Genomics Consortium (SGC), da Universidade Estadual de Campinas, é uma fundação sem fins lucrativos e uma iniciativa público-privada da qual participam agências governamentais de fomento e algumas das maiores indústrias farmacêuticas do mundo.

Satisfação

O coordenador afirma ser prazeroso ver pesquisadores de qualidade sendo formados em universidades brasileiras.
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