Por Bruno Leite
Foto: Bruno Leite / Bahia Notícias
Há três meses da eleição, a composição final da chapa do ex-prefeito ACM Neto (UB) para o governo do estado segue como uma incógnita. Isso porque a vaga de vice-governador, disputada atualmente por partidos da base do ex-gestor da capital baiana, a exemplo do PDT, PSDB e do Republicanos, é uma fronteira que só deve ser transposta pelo pré-candidato no limite do prazo estabelecido.
No seio do PDT baiano uma coisa é clara: a escolha de um membro da legenda traria mais fôlego e espaço para as candidaturas que almejam vagas na Câmara dos Deputados, uma vez que não há cadeiras suficientes para todos os interessados.
A lista de nomes é longa e inclui pedetistas que já ocupam cargos eletivos. Esse é o caso de Félix Mendonça Júnior, Léo Prates e Alex Santana, prediletos por terem maior proeminência dentro da sigla. Porém nomes como José Carlos Araújo, que já foi parlamentar, também são citados. Nessa situação, caso o presidente estadual Félix Mendonça seja escolhido para estar ao lado de Neto, o ajuste "seria perfeito".
“Félix desde o início foi o nome que o PDT colocou como aquele que entendia, que representava melhor o partido, sua história, suas convicções”, disse Ana Paula Matos, vice-prefeita de Salvador e coordenadora de campanha do correligionário Ciro Gomes na Bahia.
Segundo ela, há um entendimento dentro do grupo de Neto e no próprio partido de que a escolha do vice será uma decisão coletiva. Matos acrescentou que, pessoalmente, o nome do dirigente tem a sua simpatia. “É uma pessoa que eu particularmente votaria”, avaliou. Na visão da vice-prefeita de Salvador, a legenda deve conseguir eleger ao menos três pessoas da Bahia para a próxima legislatura.
Se consolidado, o ajuste seria bem parecido ao que aconteceu do lado oposto, quando o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), ex-pré-candidato a deputado federal, foi alçado ao posto de vice-governador na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT). Com tal movimentação o partido passou a ter Fábio Villas-Boas como o principal postulante baiano ao Congresso.
Mendonça, por outro lado, disse que apesar de não apresentar seu nome como pré-candidato à vice, acredita na representatividade do PDT na tomada de decisão pelos membros do grupo. “Acho que vice não se postula a ser pré candidato, mas se tem um convite. O PDT ainda espera ter essa participação na chapa majoritária”, afirmou.
Para o parlamentar, a agremiação contribui muito, pois “está afastado das corrupções, que não se mistura com tudo de ruim que tem acontecido no país".
Quem respiraria aliviado com a movimentação é Léo Prates. Ex-secretário de Saúde de Bruno Reis (UB), o deputado estadual se vê numa situação em que compete pela atenção dos partidários.
Nesta sexta-feira (1º), quando Ciro Gomes esteve na capital baiana, nenhuma agenda do presidenciável foi dedicada a Prates. Em conversa com a imprensa, no saguão do Hotel da Bahia, Leo Prates comentou sobre a relação PDT-UB. “Nossa aliança com ACM Neto é baseada em ideias. Neste momento o PDT almeja ter alguém na chapa majoritária para representá-lo”, comentou, defendendo que a pessoa escolhida seria a representação de Ciro no estado.
Na visão de Prates, o seu partido seria o que mais agregaria ao projeto político de Neto. Entretanto, isso não condicionaria uma aliança nacional.