Os especialistas acreditam que esse aumento de infectados nessa faixa etária se dá ao fato de os jovens terem perdido o medo do vírus
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Foto: Breno Esaki/Agência Saúde
O Dia Mundial de Combate à Aids é celebrado no dia 1º de dezembro. Segundo dados do Ministério da Saúde, 52% dos casos de contaminação pelo vírus HIV são em pessoas entre 20 e 34 anos. Especialistas acreditam que os jovens perderam o medo do vírus.
Em 2021, mais de 50 mil casos de HIV foram diagnosticados no Brasil. Ou seja, a cada hora, ao menos cinco pessoas foram infectadas pelo vírus HIV neste ano. Dados do Ministério da Saúde apontam que entre os anos de 2007 e 2021, 52% dos casos foram em jovens com idades entre 20 e 34 anos.
Os especialistas acreditam que esse aumento de infectados nessa faixa etária se dá ao fato de os jovens terem perdido o medo do vírus.
“Os mais jovens não viveram a fase mais crítica da doença e os avanços tecnológicos e farmacológicos foram muito significativos neste período. Hoje, o tratamento para pacientes com baixa carga viral, consiste em dois ou três comprimidos diários, e essa maior eficácia para impedir a replicação viral faz com que muitos encarem a aids como uma doença crônica, como é a diabetes e a hipertensão”, disse a infectologista Camila Ahrens.
Prevenção
A médica ainda acrescentou que é necessário que não haja a banalização da doença. E que os jovens atualmente se previnam.
Os principais casos de contaminação ocorrem por sexo desprotegido: seja vaginal, anal ou oral. Também é possível transmitir a doença por transfusão de sangue contaminado, instrumentos não esterilizados que furam ou cortam.
Sobre o tratamento, a médica afirma que apesar dos efeitos colaterais serem menores, ainda é comum casos de enjôo, vômito, mal-estar, perda de apetite, dor de cabeça e perda de gordura em todo o corpo, principalmente no início do tratamento.
“Tomar o coquetel sempre na dose e na hora certa ajuda a evitar que o vírus fique mais forte, e a qualidade da alimentação é fundamental para prevenir doenças crônicas e fortalecer o sistema imunológico”, esclarece a médica.
Alimentação
Para usar a alimentação como uma aliada no tratamento, a nutricionista Heloisa Falcão recomenda o consumo de alimentos com potencial anti-inflamatórios, como laranja, acerola e linhaça, além dos ricos em ômega 3, que são aconselhados para proteger o fígado, o pâncreas, o coração e o intestino.
“Soropositivos também devem estar sempre atentos à higiene dos alimentos, já que isso diminuem os riscos de contaminação com microorganismos, como giardia e salmonella. Ainda é importante evitar o consumo de alimentos crus, devido ao maior risco de contaminação e infecção intestinal que eles oferecem”, explica.
Fazer pequenas refeições ajuda a diminuir os enjôos, e evitar consumo de alimentos gordurosos e açucarados, como refrigerantes e sucos industrializados, auxilia nos casos de diarréia.
“Dependendo da situação, podemos inserir na dieta suplementos naturais que colaboram na absorção dos nutrientes, garantindo mais qualidade de vida”, ressalta a nutricionista.
Por Maria Clara Britto
(Jornal de Brasília/Agência de Notícias CEUB)