Por Leonardo Almeida
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Petrobras iniciou o processo de paralisação de 37 instalações de produção de petróleo e gás no estado da Bahia. A decisão veio após fiscalização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), finalizada na segunda-feira (12), indicar “críticas falhas” no sistema de segurança das unidades. A ANP deu um prazo de 72 horas para a paralisação, ou seja, a Petrobras deve cumprir o prazo até esta quinta-feira (15).
A agência alertou, principalmente, as irregularidades que indicavam a ausência de sistemas de combate a possíveis explosões nas unidades. Segundo o órgão, também houve a sinalização de ausência de sensores de fogo e gás.
“Foram identificadas situações críticas de falhas de conformidade de segurança operacional, envolvendo, principalmente, a indisponibilidade de sensores de fogo e gás, de sistemas de combate a incêndio e outros que visam combater cenário de vazamentos, incêndios e explosão, em diversas instalações dos campos fiscalizados”, afirmou a ANP.
Em nota publicada na última terça-feira (13), a Petrobras sinalizou que já iniciou o processo de paralisação das unidades, seguindo as medidas de segurança. “A Companhia está atuando nas providências necessárias para a parada segura das suas instalações e reforça que realiza suas operações de acordo com os mais rigorosos padrões internacionais de segurança, saúde e respeito ao meio ambiente”, disse a estatal.
A Associação dos Engenheiros da Petrobras, Núcleo Bahia (AEPET-BA), e a Associação Brasileira dos Anistiados Políticos da Petrobras (Abraspet) contestaram a decisão da ANP e chegaram a propor prazos para corrigir as irregularidades sem precisar paralisar as atividades, mas a agência decidiu continuar com a decisão.
As associações afirmam que a paralisação iria interromper um mercado com um faturamento anual de R$ 4 bilhões, além da movimentação de mais de 20 mil barris de petróleo por dia. As entidades estimam que a decisão da ANP irá gerar a demissão de cerca de 4.500 funcionários da companhia na Bahia.
Os prefeitos do Agreste e Litoral Norte baiano também tentam sensibilizar a ANP. O prefeito de Cardeal da Silva, Branco Melo (PP), também ressaltou que a arrecadação de impostos como o pagamento de royalties e ISS, também está em risco (veja mais detalhes aqui).
Caso a Petrobras não atenda a medida, uma crise deve se instalar nas cidades de Cardeal da Silva, Esplanada, Entre Rios, Alagoinhas, Catu, São Sebastião do Passé e Araçás.