Por Folhapress
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A Bolsa brasileira subiu 0,37% na sexta-feira (18), interrompendo a sequência recorde de 13 quedas registradas nos últimos pregões apoiada pela Petrobras e por empresas do setor de varejo. Com isso, o Ibovespa encerrou o dia aos 115.408 pontos, mas ainda acumula baixa de 2,2% na semana.
Já o dólar caiu 0,28% e fechou cotado a R$ 4,967, após fortes altas em meio a um ambiente de aversão ao risco global, que impulsionou a moeda americana nas últimas semanas. O pessimismo no exterior continua, especialmente após o agravamento da crise imobiliária na China, mas a divisa passou por correção nesta sexta. No acumulado da semana, o dólar ainda registra valorização de 1,2%.
De acordo com a equipe de economia do Bradesco, a aversão ao risco predomina nos mercados globais, em meio ao acúmulo de incertezas com o crescimento global dos próximos trimestres, em especial do ano que vem.
Os analistas destacaram que um dos principais temas no foco dos mercados foi a crise de liquidez no setor imobiliário chinês, consequência do pedido de recuperação judicial nos EUA da segunda maior construtora da China.
"Em paralelo, a percepção é que os estímulos monetários recentemente anunciados pelo BC chinês não serão suficientes para reaquecer a economia doméstica", acrescentaram.
Os analistas também apontaram que não há sinais relevantes de reversão da alta de juros no Ocidente, com o Federal Reserve deixando aberta a possibilidade de nova alta de juros, enquanto dados na zona do euro também desafiam o Banco Central Europeu.
Mesmo com o ambiente de aversão ao risco no exterior, o Ibovespa registrou alta impulsionado principalmente pelas ações da Petrobras, que ficaram entre as mais negociadas da sessão e subiram 0,25%.
O setor de varejo também foi um dos destaques positivos do dia. A maior alta da sessão foi da Magazine Luiza, com ganhos de 6,38%. Carrefour e Assaí também figuraram entre os melhores desempenhos do pregão, avançando 5,23% e 3,22%, respectivamente.
As ações do setor foram apoiadas pelo alívio na curva de juros futuros, que registrou queda. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 iam de 12,44% para 12,43%, enquanto os para 2025 caíam de 10,54% para 10,52%.
Na ponta negativa, a Vale pressionou o Ibovespa com uma queda de 1,11%, impactada diretamente pelos problemas da economia chinesa. Os papéis da mineradora lideraram as negociações do pregão.
A leve alta do índice nesta sexta, porém, é vista como um movimento de correção após as quedas sucessivas registradas nos últimos pregões.
No câmbio, o dólar segue sendo influenciado pelos temores sobre a economia chinesa e pela percepção de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ainda pode elevar as taxas de juros americanas —ou mantê-las em nível alto por mais tempo—, desencadeada pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do banco.
Mesmo assim, a moeda americana registrava queda no Brasil e no exterior, num movimento que pode ser visto como uma correção após os fortes avanços registrados nos últimos pregões. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas fortes, caiu 0,20% nesta sexta.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários ficaram praticamente estáveis, com exceção do Nasdaq, que caiu 0,20% em meio ao temor sobre elevação dos juros americanos.
Na Europa, as ações caíram ao nível mais baixo em seis semanas pressionadas justamente pelas preocupação com as altas taxas de juros no mundo, além dos temores sobre a China. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,61%, a 448,44 pontos, na quarta sessão consecutiva em baixa e no menor nível desde 7 de julho.