Lipoenxertia: Conheça mais sobre técnica que pode substituir cirurgia de implante mamário

Nos últimos meses, uma nova técnica está sendo utilizada por médicos e cirurgiões em cirurgias plásticas. Trata-se da lipoenxertia, procedimento que utiliza a gordura do próprio corpo do paciente para preencher, gerar volume ou definir certas partes do corpo, como seios, bumbum, em redor dos olhos, lábios, queixo ou coxas, por exemplo.
Segundo o secretário regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) na Bahia, Victor Felzemburgh, a lipoenxertia é uma ferramenta que pode gerar um aumento da da mama e pode ser utilizada tanto para substituir a prótese ou pode ser usada com a mesma.
“A lipoenxertia é um artifício que auxilia na cirurgia da mama e pode ser usada com prótese ou sem a prótese. Tem paciente com prótese que usa também, mas a depender de cada caso é preciso tirar a pele. Então a escolha da técnica ela deve ser muito bem individualizado", pondera.
De acordo com o especialista, o procedimento começou a ser utilizado há quase 40 anos. "Isso é algo que se faz desde a década de 80. Em 1983 se consolidou e diversos médicos começaram a fazer aplicações de gordura em várias áreas do corpo”.
Felzemburgh alertou ainda para o cuidado e atenção necessária com o procedimento por médicos e pacientes. “Cada paciente tem uma indicação. Alguns o uso da prótese é excelente, já para outros a gente pode usar essa outra opção. Por isso tem mamas de formatos diferentes. Então tem que ter muito uma descrição exata. [...] Tem que ter cuidado, pois se a ideia for aumentar o volume só por aumentar não vai funcionar”, afirmou.

LIPOENXERTIA NA BAHIA

Em terras baianas os procedimentos têm sido realizados por médicos em alguns pacientes. O cirurgião plástico Mateus Neves, que faz o procedimento, explicou que a técnica está sendo procurada e realizada em pacientes que desejam diminuir a flacidez do corpo após a gravidez ou cirurgias plásticas.
“As pacientes querem um colo da mama mais preenchido. Muitas mulheres sofrem com as mamas às vezes após a gestação e isso impacta na vida delas. Elas deixam de ter lazer ou até de praticar esportes por conta disso. Então essa técnica já dá um alto preenchimento naquela mama. É uma tática que vem da reconstrução da mama. A gente começou a fazer mais ou menos dessa maneira mais sistematizada aproximadamente tem um ano. Começamos a fazer testando sem divulgar”, disse.
Mesmo trazendo benefícios para mulheres que sofrem de problemas relacionados à interação social e autoestima após a gestação, a técnica pode trazer pontos negativos caso não sejam avaliadas de forma correta.
“Um primeiro malefício que essa técnica pode trazer é a consistência. Se for uma paciente que tem uma consistência de implante mais firme ela não vai ter a consistência da mama dela. A segunda coisa é que se você usa o implante mamário você não tem como estabilizar ele numa área do corpo do paciente e a gordura que a gente coloca no músculo pode sofrer ao longo do tempo algum grau de distribuição. O paciente pode perder um pouco de projeção. Isso pode acontecer pois a gente envelhece e a dinâmica do corpo muda”, esclareceu Neves.
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