Por Patrícia Pasquini | Folhapress
Foto: Banco Mundial/ONU
Um medicamento à base de plantas que diminui o desejo de fumar e os efeitos da abstinência é a nova esperança para quem precisa de ajuda para largar o cigarro. Trata-se da citisiniclina (cistina).
A última fase dos testes clínicos demonstrou que o remédio é seguro e apresenta poucos efeitos colaterais. A pesquisa com os resultados foi publicada recentemente na revista científica Jama. Se aprovada pelas agências reguladoras, a medicação será uma nova opção para tratar a dependência à nicotina.
O mecanismo da citisiniclina é semelhante ao do champix (tartarato de vareniclina), da Pfizer. Ele age nos receptores de nicotina localizados nas células do cérebro, reduz o prazer ao tragar e a sensação de abstinência.
"O paciente com abstinência perde a concentração, fica irritado e ansioso, tem alteração no hábito intestinal -às vezes, tem dificuldade para evacuar", explica Andrea Sette, pneumologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D'Or.
Aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2006, a vareniclina está com distribuição interrompida. A Pfizer disse à reportagem que há um desabastecimento temporário da medicação, em todas as apresentações (comprimidos revestidos de 0,5 mg e 1,0 mg), mas não esclareceu o motivo.
A pesquisa da citisiniclina teve a participação de 810 voluntários. Em 2024, a Achieve Life Sciences, responsável pelo produto, pretende submeter os dados do medicamento à FDA (agência que regulamenta e fiscaliza alimentos e remédios nos EUA). Ainda não se sabe quando a solicitação será feita ao Brasil.
Os efeitos do tabaco são de longo prazo. Mesmo que a pessoa pare de fumar, o corpo pode demorar de 10 a 20 anos para eliminar as substâncias cancerígenas.