Violência contra as mulheres é uma dura realidade no Brasil, na Bahia e em Ilhéus. Mesmo com a chegada da Lei Maria da Penha, as mulheres ainda enfrentam as violências nas suas formas mais variadas e reverter esse caótico cenário não é algo tão simples assim. Precisamos de união, formação de rede e parcerias.
Diariamente, mulheres de diferentes classes sociais, idades, raças e etnias sofrem algum tipo de violência. E podemos garantir que a violência física é a mais evidenciada. No último final de semana ocorreu em Ilhéus dois fatos envolvendo mulheres e seus companheiros (policiais militares).
Repudiamos aqui, todo e qualquer tipo de agressão e a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres vem acolhendo, orientando, atendendo e dando todo suporte jurídico, psicológico e social não só para estes dois casos, mas para todas as mulheres que se encontrem nessa situação.
Estamos, neste momento, estruturando um espaço que vai ser dedicado exclusivamente às mulheres de Ilhéus. Hoje, já podemos contar com o CRAM e toda rede de apoio que amparam e protegem nossas mulheres, em parceria com a DEAM, o Ministério Público, a OAB e todas as associações de defesa das mulheres.
Dialogar sobre a violência contra as mulheres é também lembrar todos os dias que fazemos parte de uma sociedade patriarcal e machista. Não há como separar um tema do outro, pois quando falamos de combate de violência contra as mulheres, estamos falando de conscientização. E a chave para qualquer transformação é a educação. Ensinar, sensibilizar, orientar as mulheres violentadas, bem como disseminar informações da rede de apoio são ferramentas eficazes e eficientes.
Pondero aqui a importância da participação de todos os entes, cumprindo seus papéis sociais nesta rede. Dessa forma, vale destacar a imprensa e sua função essencial, a sua responsabilidade de informar e ser um meio propagação desta rede de proteção para todas as mulheres.
Sendo assim, não podemos aceitar quem foge às suas atribuições éticas e acaba prestando um desserviço à sociedade, talvez, por interesses outros, tentando quebrar esta rede de apoio e luta, que, a cada dia, se fortalece.
Lembro-me das palavras do filósofo político Norberto Bobbio: "liberdade não é liberdade de fazer mal". Pois assistimos pessoas se apropriarem de uma suposta liberdade de expressão para incitar e descreditar grupos que são denominados subalternizados da sociedade, como comunidade LGBTQIAP+, negros, pobres e MULHERES, que normalmente são os alvos dos ataques.