“A 7ª Caminhada da Paz tem uma representatividade muito grande, pois marca a representatividade dos povos de terreiro da religião do Candomblé contra a intolerância religiosa. A Intolerância religiosa que está aí não é intolerância, mas sim, um racismo estrutural, um racismo institucional que abate corpos negros diariamente. A gente vê situações de racismo, situações de violência cotidianamente”, explica Egbon Alaboji, um dos coordenadores do movimento e completa, “a 7ª Caminhada pela paz tem como tema ‘Exu: Caminhos abertos. A terra que você pisa tem o nosso Axé!’, porque, não há um só prédio em Ilhéus, uma só escola, uma só empresa, uma só estrada que não foi construída com o suor, com o sangue e com a força desse povo negro e nós precisamos honrar a nossa ancestralidade, tirar a nossa ancestralidade da invisibilidade”.
A Caminhada também contou com a presença de representantes da Igreja Batista, Igreja Anglicana do Brasil, da comunidade indígena, de vereadores de Ilhéus, do secretário da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, João Aquino e do vice-prefeito Bebeto Galvão, que representou o Executivo e falou “a democracia contemporânea tem o desafio de superar esse dilema da intolerância. A convivência entre as religiões deve ser uma marca e um convívio entre homens e mulheres tementes a Deus. Se Deus é amor, se Ele verifica que a diversidade humana é a parte mais rica e mais importante da vida nesse planeta, por que nós temos que nos conflitar entre religiões, se todos nós estamos contritos a Deus? Daí a necessidade dessa Caminhada se afirmar todo ano, fazendo o chamamento público à sociedade, a todas as religiões, de que é preciso que tenhamos paz, tenhamos respeito à opção religiosa de cada um, que nós possamos viver temente a Deus, mas respeitando a cada um e a cada caminho que se escolhe".
A 7ª Caminhada pela Paz e contra a Intolerância Religiosa teve sua concentração na Avenida Litorânea e seguiu por toda ela, em direção à Barra e retornando para o ponto de início, em meio a animação de um trio e mensagens de paz, mensagem de um “Deus único” e do amor como a maior religião do mundo. Bem como do repúdio ao racismo e à intolerância religiosa.
