Por Edu Mota, de Brasília
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
A taxa de desocupação no Brasil no trimestre de agosto a outubro recuou 0,3% em relação aos três meses anteriores e ficou em 7,6%. Os dados foram revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (30) pelo IBGE. A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país.
De acordo com o estudo do IBGE, a taxa de desocupação de agosto, setembro e outubro é a menor desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, quando ficou em 7,5%. A Pnad mostra que a população desocupada chegou a 8,3 milhões de pessoas, menos 261 mil (3,6%) do que no trimestre anterior.
Um outro relevante apresentado pelo IBGE mostra que a população ocupada neste trimestre chegou a 100,2 milhões de pessoas, o maior contingente já verificado pelo instituto desde o início da série histórica, no 1º trimestre de 2012. O número atual é 0,9% maior que no trimestre anterior (adição de 862 mil) e 0,5% maior que o mesmo período de 2022 (mais 545 mil).
A taxa de desocupação vem caindo sistematicamente desde o trimestre de agosto-setembro-outubro de 2021. Naquele período, a desocupação estava em 12,1%. Oito semestres depois, essa taxa recuou 4,5% e chegou aos atuais 7,6%. Somente entre o trimestre fevereiro-março-abril deste ano e o atual houve queda de 0,9% entre os trabalhadores desocupados.
A Pnad Contínua do IBGE revelou também que o número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) chegou a 37,4 milhões neste trimestre atual encerrado em outubro. Este é o maior contingente desde janeiro de 2015, quando registrou 37,5 milhões.
O número de empregados com carteira de trabalho representa um crescimento de 1,6% (mais 587 mil) em comparação com o trimestre anterior e uma alta de 3% (adição de 1,1 milhão de pessoas) no comparativo interanual. Já o número de trabalhadores por conta própria foi de 25,6 milhões de pessoas, um aumento de 1,3% (mais 317 mil) frente ao trimestre anterior. O número de empregados sem carteira no setor privado ficou estável e fechou em 13,3 milhões.
“Isso mostra que tanto empregados como trabalhadores por conta própria contribuíram para a expansão da ocupação no trimestre”, resume Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.
De acordo ainda com a Pnad Contínua do IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros foi estimado em R$2.999. O valor representa um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e de 3,9% frente ao mesmo período do ano passado.
Acompanhando o aumento do rendimento médio, a massa de rendimento atingiu novamente o maior patamar da série histórica da pesquisa, ao ser estimada em R$ 295,7 bilhões. Frente aos três meses anteriores, o aumento foi de 2,6%. Na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2022, uma expansão de 4,7%.