O francês tinha 76 anos. As silhuetas ousadas de Claude Montana ajudaram a definir o estilo dos anos 1980
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Por Pedro Ângelo, Cantanhêde, Júlia Marques, Ilca Maria Estevão
O estilista Claude Montana morreu, nesta sexta-feira (23/2), aos 76 anos, em Paris, na França. Nos últimos anos, ele estava afastado da moda, mas a partir da década de 1970 deixou uma marca na história da alta-costura. As quebras de padrões nas criações fizeram do francês um nome determinante na construção da estética dos anos 1980. Anunciado pela Agência France Presse, o falecimento não teve a causa revelada.
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Designer Claude Montana em 1983
Os designs revolucionários e a abordagem ousada de Montana conquistaram admiradores em todo o mundo, especialmente com a marca homônima, fundada em 1979 e que o elevou à alta sociedade parisiense na década seguinte. Socialites da capital francesa se encantaram pelo exagero de seus desenhos e o incorporaram rapidamente ao vestuário.
Com o sucesso, o designer recebeu uma proposta da Dior para se tornar diretor artístico, mas ele recusou o trabalho. A escolha foi pela Lanvin, que buscava alguém para revitalizar as coleções. A atuação de Claude Montana na marca francesa rendeu consecutivamente dois prêmios Dedal de Ouro, a mais alta distinção da alta-costura.
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Desfile de outono/inverno 1884, quando o mundo da moda passava a conhecer Claude Montana
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Claude Montana e a então noiva, a modelo Wallis Franken, na década de 1990
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Desfile da marca homônima em 1987
O estilista, ao lado de Thierry Mugler e Jean Paul Gaultier, foi um dos pioneiros em apresentar looks de ficção científica retrô com ombreiras massivas no fim dos anos 1970. Contribuiu para uma estética futurista que ecoaria nos anos seguintes. A década de 1980 pode ser definida como a “era dourada” de Montana.
Os designs do estilista, caracterizados por ombros largos e silhuetas dramáticas, tornaram-se emblemáticos. Mais do que apenas seguir tendências, o profissional moldou a maneira como as pessoas se vestiam e se expressavam. O legado do designer incluiu ainda uma uma mudança gradual em direção a formas mais suaves no fim da década, o que demonstrou uma versatilidade criativa com atemporalidade.
A fusão mágica de estrutura e fluidez, com linhas diretas e arquitetônicas, além de detalhes impressionantes, marcou Claude Montana como um verdadeiro visionário. Ao longo da carreira, ele se reinventou, explorou novas tendências e se manteve como uma figura influente na moda. Michel Maurou/WWD/Penske Media via Getty Images
Silhuetas extravagantes eram característica marcante do francês
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Desfile da primavera 1996 de Claude Montana
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A atuação na Lanvin foi reconhecida e premiada na alta-costura
Conhecido como Rei das Ombreiras, Claude viveu um período difícil em 2008, quando foi agredido em casa por um ex-dançarino de discoteca. Além das sequelas resultantes do episódio, o estilista passou por um processo judicial, no qual foi acusado pelo agressor de tê-lo contaminado com hepatite B.