Indígenas denunciam aumento de ameaças e de violência em garimpo no Mato Grosso

Foto: Reprodução/Agência Brasil

Indígenas Zoró denunciam aumento de ameaças e violência em seu território, localizado nas proximidades do município de Rondolândia-MT. As agressões teriam se intensificado após a Agência Nacional de Mineração (ANM) ter autorizado a entrada de garimpeiros no local, em janeiro.
De acordo com a ANM, os garimpeiros começaram a circular no território apenas em março deste ano. No entanto, os próprios indígenas haviam denunciado a sua presença em dezembro de 2023.
De acordo com a Agência Brasil, o alvará de pesquisa, documento concedido pela ANM para a realização de trabalhos e definir uma jazida, foi apresentado em 2021 e somente aprovado em janeiro deste ano. O documento possui validade até 2027 e pode ser prorrogado por quatro anos. O alvará foi concedido a empresa Quiuqui Mineração Ltda, registrada como atuante no ramo de extração de areia e cascalho, e atualmente com CNPJ baixado, ou seja, com atividades encerradas.
O zoró pangyjej tem, atualmente, uma população de cerca de 700 pessoas, que vivem em 32 aldeias. As lideranças denunciam aumento do grau de tensão com a chegada de garimpeiros que teriam invadido áreas de usufruto exclusivo dos indígenas.
O coordenador da Funai em Ji-Paraná, Leandro Mangã Arara afirma que esta é uma situação muito complexa e que “não vale a pena só ir lá e voltar e, sim, fazer uma operação que venha de fato a surtir efeito”.
As lideranças zoró que denunciam o que se passa em seu território continuam sob a mira de madeireiros e garimpeiros. Um destes líderes afirma ter tido o carro incendiado por invasores no final de março.
O carro teria parado de funcionar enquanto o líder se deslocava até a zona urbana para fazer compras e no dia seguinte teria recebido mensagens de amigos com fotos de seu carro destruído pelas chamas. "A gente precisa de um posicionamento dos órgãos competentes sobre o que está acontecendo ultimamente. A situação está ficando cada vez mais difícil", afirmou uma das lideranças, que preferiu não ser identificada.
A Agência Brasil tentou contatar o agente da ANM no Mato Grosso, Levi Saliès Filho, bem como a mineradora responsável pelo garimpo, mas não obteve retorno de nenhum deles.
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