CPNU: Concurseiros devem intensificar a rotina de estudos

Foto: Banco de imagens

CAROLINA FREITAS

Após o governo federal divulgar a nova data do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como “Enem dos concursos”, os candidatos devem intensificar a rotina de estudos. Para o professor de direito constitucional, Aragonê Fernandes, o adiamento da prova por conta das enchentes no Rio Grande do Sul, deixará os concurseiros mais preparados, o que pode elevar a nota de corte do certame.
Os 2,1 milhões de candidatos inscritos, 220.442 apenas no Distrito Federal, que farão a prova no dia 18 de agosto, contam, desde o dia 5 de maio – data inicial do certame – com mais tempo para estudar. Mas para aqueles que desanimaram com a notícia do adiamento do concurso, o momento é de retomar a rotina de estudos e focar nos simulados, como alerta o professor Fernandes.
“Há muitos conteúdos novos e extensos, difíceis de serem digeridos em pouco tempo, então esses três meses a mais deixarão os candidatos mais preparados, elevando a nota de corte. O ideal é que os candidatos façam muitos simulados, dediquem-se às provas discursivas, visitem aqueles assuntos que foram negligenciados, e, principalmente, invistam naqueles conteúdos que prevejam maior peso para o eixo temático”, comentou Fernandes.
Em relação ao grau de dificuldade do certame, o professor acredita que será o mesmo, visto que as provas não serão trocadas: “A prova não vai mudar, o que vai acontecer é que quem se manteve firme nos estudos acabou tendo mais tempo para olhar assuntos que deixaria de lado. Principalmente considerando que nos blocos de um a sete, provas de nível superior, haverá peso diferente para cada eixo temático. Naquele ambiente de escassez de tempo, era razoável abandonar parte do conteúdo programático. Agora, essa estratégia se mostra mais perigosa”.
Para o professor, mesmo com o tempo “extra” – que foi proporcionado com o adiamento do certame – a maioria dos candidatos preferiam que a prova já tivesse acontecido, mas muitos entenderam que a mudança na data, por conta dos alagamentos no Rio Grande do Sul, era a decisão mais sensata e justa, o que evita questionamentos na justiça após o concurso.
“Embora o adiamento tenha representado um tempo a mais para vencer o extenso conteúdo do edital, na prática o candidato queria mesmo que a prova já tivesse acontecido”, disse Fernandes. Já em relação ao desânimos dos concurseiros por conta da mudança, o professor lembrou que mesmo sem impasses, normalmente, alguns candidatos tendem a desanimar durante o período de estudo.
“É natural que boa parte dos candidatos acabe desanimando no meio do caminho ou migrando para outros bons concursos que saíram nos últimos meses. Porém, há também aqueles que se mantiveram firmes na preparação, ainda que tenham fraquejado brevemente com a notícia do adiamento. Esses certamente terão uma grande chance pela frente”, destacou Fernandes.

Desânimo e ansiedade

Com a notícia do adiamento do CPNU, muitos candidatos ficaram desanimados e até ansiosos esperando a nova data do certame, como foi o caso da concurseira Rafaela, 35 anos: “No primeiro momento, me senti desanimada e ansiosa, mas agora estou me esforçando para ser racional e fazer o que posso na rotina que eu estabeleci. O adiamento, em si, gera ansiedade no concurseiro porque a gente se planeja. Mas poder revisar com mais calma, agora, também é bom”.
Em relação à concorrência, Rafaela acredita que será mais difícil agora, mas pretende chegar mais preparada para concorrer a uma das 2.027 vagas previstas exclusivamente para o DF, em todo o Brasil serão 6.640. “Provavelmente haverá um ponto de corte ainda maior, contudo é só mais um efeito que o concurseiro não pode controlar. Eu acredito que nenhum concurseiro se sente totalmente preparado em nenhuma circunstância, mas espero que eu possa me sair melhor dia 18 de agosto”.
O concurseiro Kauê Marques, 26 anos, também desanimou assim que soube do adiamento da prova, mas com a nova data marcada, o estudante voltou com tudo para os estudos. “Assim que a prova foi adiada, dei uma desanimada nos estudos, mas logo retomei, e agora estou com uma rotina organizada. Com a nova data, a rotina fica menos flexível e o momento é de revisar o conteúdo”, comentou.
Kauê acredita que a concorrência não será afetada, visto que muitos candidatos desanimaram: “Algumas pessoas vão intensificar os estudos, mas muitos desanimaram, então acho que a concorrência não será afetada. Já em relação às provas, acho que terão o mesmo grau de complexidade. Se trata de um conteúdo inédito, então não haveria necessidade de aumentar o nível das questões. A gente nunca se sente totalmente preparado para um concurso, então esse tempo está sendo bom para trabalhar os pontos de melhoria até a prova”.
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