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O pastor Sinval Ferreira, de 41 anos, foi preso pela polícia do Distrito Federal acusado de auferir vantagens financeiras e de abusar sexualmente de fiéis que frequentavam a sua igreja. Segundo as investigações da Operação Jeremias 23, passagem bíblica que alude aos falsos profetas, o religioso usava a sua influência para abusar sexual e financeiramente dos fiéis.
De acordo com reportagem do Metrópoles, a investigação apontou que Ferreira simulava ser um profeta e ter revelações trágicas envolvendo a morte de parentes dos fiéis. Para livrá-los do infortúnio, os homens deveriam receber sexo oral e ter relações sexuais com o líder evangélico.
Usando de seu prestígio, o pastor abordou um fiel de sua igreja e relatou-lhe que teve uma visão de que a esposa dele iria morrer. Para satisfazer o seu desejo sexual, o pastor garantiu à vítima que Deus teria lhe dado uma ordem para que salvasse a esposa do homem da morte. A “revelação” consistia na realização de “sete unções” que teriam o poder de “quebrar a maldição” e salvar a vida da mulher. Para funcionarem, as unções teriam que ser realizadas nas partes íntimas do marido. Com receio das ameaças do religioso, o homem acabou cedendo a suas investidas e manteve relações sexuais com o pastor.
Além de vantagens sexuais, o pastor também auferia vantagem financeira dos membros do templo religioso. Para conseguir dinheiro, ele agia da mesma forma, ou seja, ameaçava os fiéis de que um ente querido morreria ou ficaria paraplégico. O pastor era visto como uma espécie de profeta na comunidade religiosa, pela suposta capacidade de ter revelações que se concretizavam.
Uma mulher de 58 anos, também pastora, foi apontada pela investigação como cúmplice de Ferreira, e o auxiliava com as ameaças de castigo celestial. Além disso, a mulher também manteria relações sexuais com os fiéis, na presença do pastor. No entanto, a pastora não é alvo de mandado de prisão.
Uma das vítimas, uma mulher, além de realizar doações generosas para a igreja, chegou a pagar passagem e hospedar o autor no Rio de Janeiro. Esta mesma fiel chegou a emprestar uma chácara que tinha, onde o autor teria realizado “orgias” com outros membros da igreja.
As buscas foram cumpridas nas cidades de Vicente Pires, Samambaia e Sobradinho, todas no Distrito Federal. Os autores irão responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e extorsão, cujas penas podem chegar a 17 anos de prisão.