Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ex-deputado republicano George Santos, filho de imigrantes brasileiros, foi sentenciado à prisão após admitir a culpa de duas acusações de fraude nos Estados Unidos. O juiz responsável pelo caso estimou uma pena entre seis e oito anos para Santos.
O ex-deputado, de 36 anos, compareceu a um tribunal de Nova York nesta segunda-feira (19), onde admitiu ser culpado de fraude através de comunicação eletrônica, roubo de identidade agravado por usar informações de funcionários de campanha e uso indevido de fundos de campanha.
Embora o juiz já tenha estimado uma pena, a declaração definitiva está marcada para o dia 7 de fevereiro. Com o acordo de confissão de culpa, Santos também deverá restituir ao menos 374 mil dólares (cerca de R$ 2 milhões).
“Lamento profundamente a minha conduta e o dano que ela causou, e admito total responsabilidade por minhas ações”, disse Santos em uma declaração lida ao tribunal. Ele admitiu ter roubado e solicitado auxílio-desemprego ao qual não tinha direito e reconheceu ter feito declarações falsas e omissões em demonstrações financeiras enviadas ao Conselho de Ética da Câmara e à Comissão Federal Eleitoral.
HISTÓRICO DO EX-CONGRESSISTA
Em dezembro de 2023, Santos se tornou o primeiro membro do Congresso a ser expulso em mais de vinte anos e apenas o sexto na história estadunidense. Seu mandato de apenas onze meses foi marcado por controvérsias, supostas mentiras e alegações de fraude.
Ele foi eleito em 2022 por um distrito que abrange partes de Long Island e do Queens em Nova York. Durante a campanha se denominou “a pura personificação do sonho americano”, por ser um filho assumidamente gay de imigrantes brasileiros na cidade de Nova York, que ascendeu em Wall Street antes de entrar para a política.
Desde que apareceu na cena política americana, Santos enfrentou uma série de acusações que questionavam sua suposta carreira em Wall Street, sua formação universitária, ascendência judaica e a morte de sua mãe nos ataques de 11 de setembro.
O Comitê de Ética da Câmara dos EUA o investigou em 2023 após várias alegações de que estaria envolvido em atividades ilegais durante a sua campanha de 2022, além de ter mentido para o Congresso e ter se envolvido em má conduta sexual.
O relatório divulgado o acusava de usar indevidamente fundos de campanha para benefício pessoal, gastando o dinheiro em viagens, aplicações de botox, dívidas de cartão de crédito, além de assinaturas em sites de conteúdo adulto.