Operação da PF investiga 4 juízes e 2 desembargadores suspeitos de venda de sentenças no Maranhão


Foto: Reprodução/Tribunal de Justiça do Maranhão

A Operação 18 Minutos, deflagrada na quarta-feira (14) pela Polícia Federal, tem na mira quatro desembargadores e dois juízes do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). Segundo a apuração, os magistrados são suspeitos de fraudar decisões judiciais para desviar recursos, dentre diversos alvos, do Banco do Nordeste.
As investigações apontaram, entre os diversos crimes cometidos pelo grupo, a manipulação na distribuição da relatoria dos processos, correções monetárias feitas sem justificativa, uma aceleração “seletiva” dos processos e a expedição de alvarás milionários.
Estas medidas levaram a movimentações atípicas nos processos e contas bancárias dos investigados e isso chamou a atenção dos órgãos de fiscalização. Segundo os investigadores, o suposto grupo teria aliciado um ex-advogado do próprio Banco do Nordeste para entrar com ações judiciais contra a instituição.
O nome da Operação 18 Minutos se deu pelo tempo que levou para a decisão, expedição do alvará e saque dos recursos desviados. A ofensiva deflagrada pelo Superior Tribunal de Justiça envolve desde o bloqueio de bens até o afastamento de autoridades de cargos públicos.
Entre os magistrados envolvidos no esquema está a desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, cunhada do ex-presidente da República José Sarney, que já havia sido afastada do tribunal em fevereiro por supostamente ter ajudado um ex-assessor, com quem trabalhou por mais de 30 anos, a ser aprovado em concurso de cartórios no estado.
Ao G1, o Tribunal de Justiça do Maranhão afirmou não ter detalhes sobre a conexão entre os indivíduos e o Banco do Nordeste. Já o banco, em nota oficial, afirmou que é vítima no caso e que procurou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o TJ por conta de reiteradas decisões arbitrárias contra a instituição.
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