Por Victoria Azevedo | Folhapress
Foto: Joédson Alves | Agência Brasil
A executiva da bancada do PT na Câmara dos Deputados se reuniu na manhã de terça-feira (15) para tratar da sucessão de Arthur Lira (PP-AL). O partido é considerado o "fiel da balança" na eleição da Mesa Diretora, com os três candidatos no páreo brigando para atrair o apoio da legenda de Lula (PT).
Hoje, são candidatos os líderes Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) —os dois últimos fecharam aliança na disputa.
Segundo relatos de participantes do encontro, há deputados que defendem que a bancada se posicione neste momento sobre a eleição e avaliam que o melhor caminho é a "convergência", sem que haja disputas internas na base do governo federal na Câmara.
Por outro lado, há quem avalie ser melhor aguardar um pouco mais antes de qualquer posicionamento formal —sugerindo que isso ocorra somente após o segundo turno das eleições municipais.
Esse foi o primeiro encontro formal de parte da bancada para tratar da eleição da presidência da Câmara. Ele ocorreu no formato híbrido (presencial e virtual) e representa uma primeira instância dos debates, já que toda decisão deve ser tomada em conjunto com os deputados da legenda. Haverá outra reunião.
Tido como favorito na disputa, Motta é considerado o nome da convergência por parlamentares por ter o apoio de Lira e a sinalização de apoio de sete partidos, entre eles o PT e o PL, ainda que sem posicionamentos oficiais das legendas ou do próprio presidente da Câmara.
O líder do Republicanos entrou no páreo após uma reviravolta, com a desistência do presidente de seu partido, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Para fazer frente ao adversário, Elmar se aliou a Brito. A ideia é deles é criar um bloco alinhado ao Executivo, sem o PL de Jair Bolsonaro, para garantir governabilidade a Lula nos últimos dois anos do mandato do petista.
Para isso, tentam atrair apoio do governo, do MDB e do PT —para o partido de Lula, ofereceram a primeira vice-presidência. Motta, por sua vez, negocia entregar a primeira vice-presidência ao PL e a primeira secretaria ao PT.
Nos bastidores, Lira diz desde o início do ano que o PT se comprometeu a apoiar quem ele indicasse para sua sucessão. Até agora, no entanto, não houve a decisão, o que tem contribuído para os sucessivos atrasos nos prazos do presidente da Câmara para anunciar publicamente seu candidato.