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Evo Morales, presidente da Bolívia entre 2006 e 2019, se comparou com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva após um anúncio do Ministério Público Boliviano de que o líder foi intimado a prestar depoimento na quinta-feira (10) em relação a um suposto crime de estupro de vulnerável.
Morales está sendo investigado por tráfico de pessoas e exploração sexual por supostamente ter tido relações com uma jovem de 15 anos em 2015, com quem teria tido uma filha. A investigação se tornou pública na última quarta-feira (2) após a juíza Sandra Gutiérrez ter denunciado que foi destituída após pedir a prisão do ex-presidente.
O Ministério Público negou que a destituição tivesse aspectos políticos e afirmou que esta ocorreu devido a inconsistências processuais e destinou uma comissão de promotores especializados para investigar o caso.
Após o anúncio de sua intimação, Morales usou a rede social X, antigo Twitter, para se defender. O ex-presidente afirmou que está sendo vítima de “lawfare”, instrumentalização da justiça para fins políticos.
“Já não assassinam com balas, agora promovem assassinatos morais através de sentenças contra os líderes populares. Iniciaram quatro processos judiciais contra nós de forma simultânea, todos com ações forçadas para buscar nossa prisão”, afirmou o ex-mandatário.
Por fim, o ex-presidente se comparou com Lula e Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, afirmando que o processo contra ele é mais uma tentativa de impedi-lo de retornar ao poder no país nas próximas eleições.
“Assim como com Lula e Cristina [Kirchner], buscaram proibir nossa participação nos processos eleitorais para facilitar o caminho para governos de direita”, escreveu em alusão a prisão do presidente do Brasil que o tirou da corrida eleitoral de 2018 e da sentença de prisão emitida contra a ex-presidente argentina por suposta corrupção na contratação de obras públicas.