Por Anna Virginia Balloussier | Folhapress
Foto: Agência Brasil
O pastor Silas Malafaia disse na quarta-feira (9) ter feito as pazes com Jair Bolsonaro (PL), menos de 48 horas depois de chamar o ex-presidente de covarde e omisso por causa do seu papel nas eleições municipais.
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo afirmou que conversou com Bolsonaro "ontem e hoje por zap". Disse que o ex-presidente estava "indignado pela minha fala" e que o entende por isso. "Ele, claro, com muito direito, senão ele não era um ser humano."
Malafaia chegou a questionar "que porcaria de líder é esse?" em entrevista à colunista da Folha Mônica Bergamo. Afirmou então que Bolsonaro se omitiu no pleito por temer uma derrota do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a quem apoiava oficialmente, para Pablo Marçal (PRTB).
No fim, o autodenominado ex-coach ficou em terceiro lugar na disputa para prefeito de São Paulo, atrás de Nunes e de Guilherme Boulos (PSOL).
O pastor vem sendo criticado por entusiastas do influenciador. Foi para eles quem dedicou um post nas redes sociais: "Aos bolsominions viúvas de Pablo Marçal que estão me atacando, quero informar que eu e Bolsonaro nos entendemos. Quem são vocês? Só kkkkk. Muito kkkkkk".
Malafaia conta que disse o seguinte a Bolsonaro: "Amigo é aquele que fala que tem mau hálito. Eu falei aquilo que já tinha falado antes, mas você sabe que não tem nenhum maior defensor [de você] do que eu."
Reforçou ainda que ele morde mas assopra quando fala do ex-presidente na entrevista, que provocou um terremoto na base bolsonarista --os deputados Nikolas Ferreira e Marco Feliciano, além do senador Magno Malta, todos do PL, também são alvo do pastor.
"A entrevista tem elogios a você, [digo] que um erro teu não mancha a tua história, que você tem gasolina, muita gasolina para queimar, que eu continuo te apoiando, que você é um fenômeno, que você é o líder da direita", ele reproduz o que escreveu a Bolsonaro. "Eu e o Bolsonaro, pode o pau cantar. A gente fala e acerta."
Fora da bolha bolsonarista, que define como "bolsominions", fica a impressão de que "esse pastor é macho, na hora de criticar, ele critica", aposta.
Marçal e Malafaia são brigados, uma rixa que começou em 2022 e se estendeu até esta corrida eleitoral.