FAB pode ajudar a investigar queda de avião azeri no Cazaquistão

_ Tanto Brasil quanto Cazaquistão são signatários da Convenção de Aviação Civil Internacional, que estabeleceu a Organização Internacional da Aviação Civil_


Divulgação

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

A Força Aérea Brasileira (FAB) pode ajudar nas investigações a respeito do avião comercial azeri que caiu no Cazaquistão na quarta-feira (25), e está em contato com as autoridades cazaques.
Tanto Brasil quanto Cazaquistão são signatários da Convenção de Aviação Civil Internacional, que estabeleceu a Organização Internacional da Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês).
A organização indica que os Estados responsáveis por fabricação, projeto, operação e registro de aeronaves têm a prerrogativa de solicitar à nação onde o incidente ocorreu uma inspeção do avião e das evidências, que devem permanecer intactos até a vistoria, se for o caso.
O fato de o avião –modelo E-190 da Embraer– ter produção brasileira a princípio permite que o país participe das investigações por meio do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da FAB (Força Aérea Brasileira).
A FAB, no entanto, afirma em nota apenas que mantém contato com as autoridades cazaques para prestar eventual auxílio nas investigações.
“De acordo com os protocolos estabelecidos no Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional de 1944, cabe ao país em cujo território se deu um acidente aeronáutico instituir uma investigação sobre as circunstâncias da ocorrência, sendo, também, o responsável pela condução da investigação”, afirma a FAB, em nota, dizendo que, em um primeiro momento, cabe ao Cazaquistão iniciar a apuração.
“O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão brasileiro de investigação de acidentes aeronáuticos e representante acreditado do país de projeto e fabricação das aeronaves produzidas pela Embraer, está em contato com a agência cazaque para a prestação de um eventual suporte técnico que aquela autoridade julgue necessário”, completa.
O avião, da Azerbaijan Airlines, transportava 67 pessoas e caiu perto da cidade de Aktau, no Cazaquistão, na quarta-feira (25).
Destes, 38 morreram, enquanto os 29 sobreviventes, dos quais 3 são crianças, recebem atendimento hospitalar. Autoridades haviam anunciado inicialmente ter resgatado 32 do total de 62 passageiros e 5 tripulantes.
A aeronave tinha partido de Baku, a capital do Azerbaijão, e se dirigia a Grozni, capital da república da Tchetchênia, na Rússia.
O Ministério de Emergências do Cazaquistão disse em comunicado que bombeiros apagaram um incêndio ocorrido no local do incidente.
O jato pode ter sido vítima da defesa antiaérea da Rússia. As condições da rota, relatos de passageiros e imagens de dentro e de fora da aeronave sugerem que ela foi atingida por estilhaços de um míssil ou de um drone interceptado.
Até aqui, as autoridades são evasivas. Inicialmente, tanto o órgão regulador da Rússia, destino do voo da Azerbaijan Airlines, quanto do Azerbaijão falaram que o avião havia sido atingido por um bando de pássaros.
A versão desapareceu ao longo da tarde (manhã no Brasil), e os azeris falaram na “explosão de um balão” dentro do E-190, algo que não faz sentido ao pé da letra.
Sua rota é um dos indícios de que foi atingido: voando pela costa do mar Cáspio a norte e fazendo uma curva à esquerda, entrando pela república russa do Daguestão, sobrevoando sua capital, Makhachkala.
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