Foto: José Cruz / Agência Brasil
O número de trabalhadores com carteira assinada que não precisará pagar o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) deve dobrar até 2026, com a implementação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil. A medida está prevista na “reforma da renda”, proposta pelo governo federal e que deverá ser discutida no Congresso Nacional no próximo ano. Segundo projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), atualmente cerca de 10 milhões de pessoas estão dispensadas de pagar o imposto. Com a alteração na faixa de isenção, que passará dos atuais R$ 2.824 (dois salários mínimos) para R$ 5 mil, mais 10 milhões de trabalhadores ficarão isentos da tributação.
De acordo com a entidade, a proposta beneficiará principalmente os trabalhadores de menor renda, mas também alcançará assalariados da classe média com rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil. Mariel Angeli Lopes, supervisora técnica do escritório regional do Dieese no Distrito Federal, afirmou que “entre os que têm renda mensal entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil, também há o impacto positivo da redução das tarifas, e este grupo representa por volta de 16 milhões de pessoas”.
As estimativas do Dieese divergem das da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco). Em estudo realizado em setembro, a associação estimou que 30,6 milhões de contribuintes seriam isentos de pagar o IRPF, caso a tabela de tributação fosse corrigida integralmente pela inflação. Nesse cenário, a isenção se aplicaria a quem ganhasse até R$ 5.084,04. A Unafisco está atualizando os dados para dezembro, mas prevê que a liberação do imposto de renda para esses contribuintes poderá gerar um aumento no consumo das famílias e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o presidente da Unafisco, Mauro Silva, 65% do PIB brasileiro provém do consumo das famílias.
Mauro Silva acredita que a isenção do IRPF será um impulsionador da economia. “Essa faixa de renda tem uma poupança muito pequena. Acaba consumindo tudo o que ganha. Essas pessoas vão reformar suas casas e utilizar mais serviços. Vai haver um transbordamento para as famílias de menor poder aquisitivo também”, explicou Silva. As informações são da Agência Brasil.